Carta pela compaixão

abril 25, 2010

O princípio da compaixão é o cerne de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, nos conclamando sempre a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados. A compaixão nos impele a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos destronarmos do centro do nosso mundo e, no lugar, colocar os outros, e de honrarmos a santidade inviolável de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem exceção, com absoluta justiça, eqüidade e respeito.

É necessário também, tanto na vida pública como na vida privada, nos abstermos, de forma consistente e empática, de infligir dor. Agir ou falar de maneira violenta devido a maldade, chauvinismo ou interesse próprio a fim de depauperar, explorar ou negar direitos básicos a alguém e incitar o ódio ao denegrir os outros – mesmo os nossos inimigos – é uma negação da nossa humanidade em comum. Reconhecemos que falhamos na tentativa de viver de forma compassiva e que alguns de nós até mesmo aumentaram a soma da miséria humana em nome da religião.

Portanto, conclamamos todos os homens e mulheres ~ a restaurar a compaixão ao centro da moralidade e da religião ~ a retornar ao antigo princípio de que é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo ~ garantir que os jovens recebam informações exatas e respeitosas a respeito de outras tradições, religiões e culturas ~ incentivar uma apreciação positiva da diversidade religiosa e cultural ~ cultivar uma empatia bem-informada pelo sofrimento de todos os seres humanos – mesmo daqueles considerados inimigos

É urgente que façamos da compaixão uma força clara, luminosa e dinâmica no nosso mundo polarizado. Com raízes em uma determinação de princípios de transcender o egoísmo, a compaixão pode quebrar barreiras políticas, dogmáticas, ideológicas e religiosas. Nascida da nossa profunda interdependência, a compaixão é essencial para os relacionamentos humanos e para uma humanidade realizada. É o caminho para a iluminação e é indispensável para a criação de uma economia justa e de uma comunidade global pacífica.

Se quiser assinar, clique no link abaixo:

Charter for Compassion

Mas não basta assinar, é preciso se comprometer em exercitar a compaixão. Você tem coragem?


Está tudo OK em ser apenas cristão

abril 23, 2010

por Chaplain Mike

Espero que isso lhe pareça uma boa notícia. Talvez isso possa ajudar você a parar de se bater desnecessariamente. Espero que ajude a todos nós nessa finalidade.

O que eu tenho a dizer é…

Está OK!

Está OK ser apenas um cristão.

Está tudo OK em ser apenas uma pessoa  que conhece e é grato pelo amor de Deus e por nos ter dado o Seu filho.

Está tudo OK ser apenas uma pessoa da cruz, que sabe que Jesus morreu por nossos pecados, foi sepultado, e ressuscitou para a salvação do mundo.

Realmente, está tudo OK.

Está tudo OK em ser alguém que cuida em amar a Deus e amar o próximo.

Está tudo OK pensar que o Credo dos Apóstolos é uma afirmação de fé abrangente o suficiente para você, e que você está disposto a ter comunhão com outras pessoas que pensam o mesmo.

Você não precisa ser um tipo determinado de cristão. Adjetivos como “reformado” ou “conservador” ou “emergente” ou “missional” ou qualquer tipo de rótulo denominacional ou teológico, são desnecessários.

Está tudo OK em apenas amar Jesus e ser grato a ele pelo que fez.

Você não precisa ir a uma igreja “cool” com nomes tais como “Revolutio”, ou “The Rock” ou “Journey” ou “The River”. Sua Primeira Presbiteriana ou Primeira Batista ou  Primeira Metodista também servem. Está tudo OK se você está na Basílica de São Pedro e seu pastor espalha incenso na igreja, ou se você está na igreja de São Basílio, onde ícones intrigantes convidam você a meditar a respeito deles.

Está tudo OK se você não ouve música cristã, não compra em lojas cristãs, não veste camisetas cristãs, não vai a congressos cristãos, não se torna um professor cristão ou não manda seus filhos para escolas cristãs, não patrocina empresas cristãs, não participa em causas cristãs, não lê livros cristãos ou identifica a si mesmo com organizações cristãs. Você pode ser cristão sem fazer nenhuma dessas coisas, e está tudo OK.

Está tudo OK se você não tem uma imensa biblioteca de livros teológicos ou comentários bíblicos. Está tudo OK se você sofre para ler a Bíblia, porque nunca consegue passar de Gênesis 5 – não gosta daquela lista imensa de nomes engraçados.

Está tudo OK se você não tem ideia do que significa “se engajar na cultura” ou “impactar o mundo”. Você pode não entender o que seja “justiça social”. Se você nunca esteve num grupo pequeno e nunca fez uma viagem missionária, nunca teve seus dons espirituais inventariados, nunca twittou ao pastor durante uma mensagem nem nunca viu um sermão em PowerPoint, está tudo OK.

Não acho que importa se você confundir John Piper com Piper Laurie, N.T. Wrigth com  os irmãos Wrigth, YEC com NAACP, ou Willow Crek com Nickel Creek.

Você está certo em ficar de fora das guerras culturais. Guerras culturais? Você está muito ocupado visitando seu vizinho que está no hospital, fazendo comida para a família, cuidando daqueles crianças sem pai, escrevendo um bilhete a um amigo que está desanimado, fazendo café para a congregação no domingo de manhã, trabalhando como voluntário numa escola, ou cortando o gramado.

Oh, de qualquer forma, está tudo OK se você diz “Eu não sei” quando lhe perguntam sobre os assuntos quentes do dia. Está tudo OK se você não tem opinião formada sobre casamento gay, pesquisa com células tronco ou aquecimento global.

E também está tudo OK se você é uma toupeira em teologia. Se você não é capaz de dar uma explicação precisa sobre a doutrina da justificação pela fé ou não consegue distinguir entre ensinamentos Católicos Romanos, Luteranos e Reformados a respeito da santificação, também está tudo OK. Se você pensa que “arrebatamento” foi o que aconteceu com você no dia do seu casamento, e não tem a menor ideia do seu significado teológico, está também tudo OK.

Está tudo OK em dizer “Eu não sei”. Isso não fará de você menos cristão.

Batizado quando criança? OK. Mergulhado nas águas quando adolescente? OK.

Recebe a comunhão com amor, porque encontrou Jesus naquele lugar, mas não tem ideia de como explicar isso? Na minha opinião, está tudo OK.

Porque você confia em Jesus.

Você sabe, de coração, que está quebrado e precisa de conserto.

É evidente para você que Ele é o único capaz de perdoar seu passado, animar seu presente e garantir seu futuro.

E como resposta, você encontrou formas simples de adorar ao Único que significa tudo para você, com outros que se sentem do mesmo jeito.

É o que você sabe, e quem você é.

Você é apenas um cristão.

E está tudo OK.

De qualquer forma, se você conhece outros como você, fique à vontade para ler esse texto a eles, porque suponho que talvez eles não tenham ideia do que seja “blogosfera cristã”, e provavelmente nunca vão encontrar essas minhas palavras.

It’s OK… to just be a Christian – Chaplain Mike


Semeador

abril 22, 2010

“Tendo Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar; E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na; E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Mateus 13: 1-9)”

O semeador, certamente não desejava que as sementes que pretendia semear, caíssem na beira do caminho, para serem comidas pelas aves, nem em pedregais, nem entre espinhos. O semeador já sabe,que se as sementes caírem em outros lugares que não sejam a terra adequada, estarão perdidas.

A semente cair fora do lugar, é um acidente de percurso na caminhada do semeador. Nenhum agricultor, em sã consciência, vai atirar sementes de propósito na beira do caminho, ou no meio de pedregais, ou no meio de espinhos. Porque sabe que as plantas não vão sobreviver. Pode acontecer também, que sementes caiam nesses lugares quando o semeador, na verdade, pretendia que caíssem na terra boa. Afinal, ele não está usando uma máquina semeadora de última geração, com GPS, dessas que depositam a quantidade exata de sementes no lugar exato. Ele estava usando suas próprias mãos, atirando a semente a lanço.

Ou talvez ele seja um cientista, e não tenha acreditado no que diz o povo, sobre a perda de tempo, a tolice que seria semear na beira do caminho, nos pedregais e no meio de espinhos. Ele quis ver se era assim mesmo, e atirou a semente, deliberadamente, em tais lugares. Mas não era uma plantação de verdade, era um experimento, tinha o objetivo de verificar uma hipótese.

Tem muita gente por aí, esquecendo que semear, ao modo de Jesus, é uma operação artesanal. Não se usam máquinas de semeadura e colheita em massa. E Jesus só desperdiçaria sementes, atirando-as na beira do caminho, nos pedregais, no meio dos espinhos, como um cientista, para provar que não basta a semente ser boa, a terra tem que estar preparada também.

Assim como no Reino, não se usam máquinas de semeadura em massa, porque o objetivo principal não são os números, semear no Reino é um ato de fé. Você sabe que a semente é boa, preparou a terra, mas nunca tem certeza de qual será o resultado. Quanto mais carinho e cuidado você tiver na preparação do leito para as sementes, e quanto mais certeza você tiver quanto à qualidade da semente, a chance de uma boa colheita aumenta, mas não existe certeza.

Você pode optar por manter tudo sob controle, quantidades exatas de água, aplicada em dias e horários determinados, distribuição de adubos e agrotóxicos, proteção contra a chuva forte ou o sol forte na germinação, um verdadeiro agricultor profissional, que sempre consegue altas produtividades em qualquer tipo de solo, usando todos os meios artificiais disponíveis. Força a germinação, aplica hormônios, e todo tipo de produtos para forçar o crescimento e a colheita precoce, seja na terra boa, nos pedregais, no meio dos espinhos, na beira do caminho. Depois da colheita, você deixa de cuidar da planta, entrega-a à própria sorte, interrompe a aplicação de água e fertilizante nos pedregais, interrompe o controle dos espinhos, tira a proteção contra o sol e a chuva. A planta pode morrer, que você não vai se importar, porque já conseguiu o que queria, a colheita. Mas no Reino as coisas não são assim. No Reino a fé é obrigatória, também para quem semeia. Esperar é obrigatório. Confiar no crescimento dado por Deus, é obrigatório. No Reino, existe tempo para as coisas acontecerem. Porque Deus deseja que aquela semente, se torne uma nova pessoa, e não apenas mais uma planta, que não fede nem cheira, mas apenas faz o que a obrigam a fazer, entupida de hormônios, adubos e agrotóxicos para que não haja outra alternativa, a não ser crescer. Crescimento saudável? Tire as “bengalas”, as “muletas” que estão sustentando essas plantas, para ver se elas não acabam morrendo. Certeza que sim.

Se você é um agricultor profissional, talvez seja apropriado trabalhar dessa forma. Mas se você semeia para o Reino, mude seus conceitos. No Reino, a pressa, mais do que nunca, é inimiga da perfeição. Gera plantas deformadas, sem alma, verdadeiros robôs vegetais. Isso nunca foi tão verdade quanto no atual momento em que vivemos no mundo evangélico, principalmente no Brasil.

Acham que gastar tempo com o trabalho artesanal, lento, demorado, minucioso, delicado, de preparar a terra, preparar a semente, semear, regar, esperar, cuidar, ter fé na capacidade de Deus de dar o crescimento, confiar que Aquele que faz a semente germinar também é capaz de fazê-la frutificar, na época certa, é perder tempo. Os frutos gerados por essa sede por números, por essa pressa em lotar salões de igreja, sem se preocupar em gerar pessoas melhores, bons frutos, estão aí, pra quem quiser ver. Há aqueles que deliberadamente estão desperdiçando sementes, atirando na beira do caminho, nos pedregais, nos espinhos, e assistem as sementes se perderem, sem se importar. Talvez por raiva do Pai, que imaginam estar obrigando-os a trabalhar na roça. E há aqueles que não estão mesmo semeando para o Reino, e sim, para encher seus próprios armazéns e silos, com o que puderem colher. Por isso, usam máquinas e toda tecnologia possível, e aceleram a colheita de toda forma que puderem.

E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. (Lucas 12: 16-21)

Derrubam suas igrejas/silos onde já não cabem as suas ambições, e alugam grandes salões, salões cada vez maiores, que comportem o maior número de pessoas, visando colher dízimos e ofertas cada vez maiores. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

A imagem que ilustra a postagem, é uma pintura de Vincent Van Gogh, chamada O Semeador.


A confissão de Davi Silva no olhar de Caio Fábio

abril 21, 2010

por Caio Fábio

Nunca antes de hoje eu ouvira falar de Davi Silva; e do Ministério Casa de Davi ouvira umas poucas vezes; de tão longe que me pus de toda essa salada evangélica.

Então, hoje, depois de ficar três meses sem abrir os e-mails, recebi inúmeros links para ver um homem grande, com algum sotaque americano no fundo da fala, e, ao seu lado, um homem magrinho; ambos liam algo, um texto de confissão num teleprompter…

O homem grande falava da centralidade do arrependimento para que venha o reino de Deus…

Depois passou a palavra o homem/magro, chamado Davi…

Davi disse que mentia muito; que fazia assim desde menino; que já fora flagrado antes; mas que agora [insinuando um grande flagrante], aproveitava a oportunidade para se curar e confessar como inventava testemunhos ou os tornava evangelásticos ao extremo…

Pelo que percebi o tal ministério vive de contar histórias, e, quem sabe, também estórias…

Vi também que o grande temor deles [senti que havia também uma vontade sincera em algumas falas do homem grande] — é que o “ministério” sofra com o escândalo das mentiras do Davi.

Assim, mesmo sem nada deles saber […] vi que lá tudo é fundado em testemunhos de milagres e nas experiências místicas; o que, pela ênfase, invariavelmente leva ao misticismo…

Notei também que eles vivem de “Seminários” e de venda de CDs de “louvores” e de “testemunhos” de milagres…

Daí a angustia ministerial do homem grande quanto a que não se parasse de comprar os testemunhos e os CDs; mesmo os do Davi; e mais: que em breve se fará uma limpa nos CDs a fim de que fiquem somente os testemunhos sem mentira…

Meu Deus!

Lá estava o Davi!… Que para ser curado teve que fazer uma confissão que ele só fez por ser flagrado!…

Pra quê?

Por que apenas não tirar os tais CDs do “mercado”?…

Por que apenas não confessar aos implicados?…

Por que ter que fazer um vídeo?…

Por que insistir na confissão para depois pedir que não deixem de convidar o ministério para viajar levando os Seminários e os CDs?…

Por que apenas não tratar o Davi na intimidade, enquanto alguém apenas contava o que estava acontecendo?… E isso sem depois dizer para continuarem a convidá-los para testemunhar?…

Por que apenas não reconhecer que Jesus não era testemunheiro e que nem tampouco essa é ênfase do Evangelho?

Por que testemunhar curas e milagres e não apenas a Palavra que não mente?

É impossível que se viva de histórias sem que não se caia nas estórias!…

Quem vive de história e estórias é novela…

O Evangelho é testemunho do poder de Deus que fala de si mesmo; e que não precisa de propaganda

Esses testemunhos quase nunca são testemunhos da Palavra; sendo na maior parte das vezes apenas Propaganda Enganosa de Jesus…

Quando Deus faz, todos vêem!

Daí Jesus nunca mandar que se saísse por aí contando histórias de milagres…

O Evangelho é o milagre e o testemunho!

O resto pode ser História, história ou estória…

História é o poder de tornar versões em fatos…; história é a versão de um homem ou de alguns; e estória é a versão imaginada ou desejada…

A única História que existe […] não é a História do Homem [que é cheia de versões criadas pelos poderes prevalentes], mas sim a do Filho do Homem!

Espero que o Davi Silva deixe esse ministério testemunheiro, e que viva do Testemunho do Evangelho, e não de casos e de causos…

O Grande Arrependimento que espero que os visite é aquele que daria o fruto de fazê-los deixarem as histórias e viverem para Pregar apenas o que Jesus fez e ensinou!

O resto acontece de passagem… Mas se for o fundamento da pregação […] será o fundamento da perversão…

Nele, que nunca nos mandou nada além Dele mesmo, e do que Ele fez e ensinou, ainda que em nossas vidas Ele seja poderoso todos os dias,

Caio

Confissão de arrependimento como pedido de salvação para o ministério! – Caio Fábio


Os milagres contra o amor

abril 18, 2010

por Caio Fábio

O que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses entre os homens, não são milagres, nem poderes, nem demonstrações, nem sinais, nem prodígios, nem coisas extraordinárias, posto que todas essas coisas sempre tenham se manifestado entre todos os povos da terra.

Línguas estranhas, profecias, sonhos e visões, curas, sinais prodigiosos, etc… — estão presentes em todos os registros de quase todos os povos primitivos.

Portanto, o que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses não são fenômenos, mas um único fenômeno: o amor…

Não é o nome de um deus ou de “Deus” é o que faz a diferença, mas exclusivamente o amor…

Onde o diferencial é amor, não importa a cultura, o ambiente religioso, a ignorância, whatever…

Se há amor, aí há Deus…

Se não há amor, pode haver o nome de Deus, as doutrinas de “Deus”, culto a Deus, tudo a Deus — mas não haverá Deus aí…

Milagres sem Deus são comuns…

O incomum é o milagre de Deus…

O sobrenatural não é a marca de Deus…

A marca de Deus é o amor…

O mundo está cheio de milagres e de sobrenatural…, mas vazio de Deus!

Jesus fez muitos milagres, mais milagres do que qualquer outro ser humano…

No entanto, a leitura do Evangelho nos mostra que Jesus faz milagres como um gesto de amor pela fraqueza e pela dor humana, mas não como um recurso da revelação de Deus…

Ao contrário, Jesus denuncia a relação adoecida das multidões com os Seus próprios milagres; e diz: “Não foi por mim e nem pela Palavra que vocês voltaram, mas porque vocês comeram pão de graça”…

Jesus fez e aconteceu… até que “os judeus” começaram a “pedir sinais”…

Então Ele foi diminuindo…

A esta geração não será dado outro sinal senão o do profeta Jonas! — disse Jesus nessa hora.

Milagres do amor curam e não adoecem a alma…

Mas os milagres dos fenômenos, esses matam o espírito…; pois criam fé no milagre e não em Deus, e dão ao que busca o milagre a sensação errada de que o milagre valida a experiência da pessoa com Deus; e não é o caso…

Por isto é que no Evangelho o único milagre a ser sempre celebrado é o da conversão, é o do arrependimento, é o da novidade de vida, é o novo nascimento!…

Ora, esse milagre que o Evangelho busca e celebra, só acontece mediante o amor; pois, sem amor, todo milagre é apenas manifestação de um fenômeno…

Ainda que tudo…” — sem amor nada aproveitará.

O problema é que os crentes, à semelhança dos judeus dos dias de Jesus, buscam sinais, mas não querem a Palavra!

Assim, buscando sinais não crêem no amor e na fé como sinais que superam todos os demais…

Ao final, o que acontece é que um milagreiro lê este meu texto e ri de mim, desse coitado, desse romântico, desse otário, desse bobo que fica aí falando de amor…

Eu, todavia, creio tanto nisto quanto em tudo o mais…, mas quero apenas ser discípulo dos milagres do amor de Deus, e não tenho desejo por nenhum poder que não nasça exclusivamente do amor.

Nele, de Quem aprendi que se não for assim […] de Deus não é,

Caio

Os milagres contra o amor – Caio Fábio

Um texto pertinente, numa época onde há tantos vendedores de milagres, disponíveis a cada esquina, e pessoas dando falso testemunho, por anos a fio dentro de igrejas e em palcos, sem que se coloquem suas palavras à prova.

Um texto pertinente, num mundo gospel onde se pensa que os fins justificam os meios. Onde se pensa que vale tudo para atrair pessoas e causar impacto, mesmo que seja usando mentiras, testemunhos inventados, falsos milagres, falsas curas.

O milagre maior, esse do qual fala Caio Fábio em seu texto, o amor, esse sinal que supera todos os demais, esse ainda não acontece com tanta frequência no meio evangélico, e quando acontece, geralmente não ganha tanta atenção dos holofotes gospel. Porque o amor trabalha em silêncio, não busca chamar a atenção pra si mesmo, não busca os holofotes nem a glória de homens.

1 Coríntios 13